Reflexão Final

Introspeção e Autoavaliação de Conhecimentos

Começar uma reflexão nem sempre é fácil, mas talvez a maneira mais simples seja recorrendo à verdade e à sinceridade. Metodologia de Investigação I foi a única Unidade Curricular que menos me entusiasmou, em fase inicial, não me agradaria o seu tema base, a Investigação, ainda que a considerasse fundamental e preciosa, pois sem ela seríamos pessoas mais ignorantes, menos sábias e muito menos felizes. Mas os seus conteúdos não se enquadravam com os meus objetivos profissionais, não se casavam com os meus gostos pessoais e tão pouco académicos. Nem sempre gostamos de todas as Unidades Curriculares. Ainda que não me sentisse entusiasmada decidi abraçá-la de braços abertos. Acredito que abraçar desafios que tememos torna-os mais simples e mais motivadores.

Confesso que Metodologia de Investigação me trouxe dos trabalhos que mais gostei de fazer durante a licenciatura em Ciências da Educação e agora também no Mestrado, algo que desconhecia, mas que passei a adorar de coração, o seu potencial, a sua oferta, a sua dinâmica, o seu processo é deveras encantador e portador de tantas aprendizagens. Sim! Estou a falar sobre o APA (Ambiente Pessoal de Aprendizagem) ou PLE em Inglês (Personal Learning Environments). Quando me apercebi que iria fazer novamente um APA fiquei radiante, partilhar aquilo que aprendi numa perspetiva tão pessoal é demonstrar aquilo me mais tocou, fascinou e encantou durante este tempo. E é isso que é tão curioso e bonito (sim, bonito) num APA.

Ao longo do semestre fui vendo os trabalhos dos meus colegas e apercebo-me que são todos diferentes, desde a estética, à interpretação e à apresentação dos conteúdos. E é isso que torna um Ambiente Pessoal de Aprendizagem tão rico, utilizar este método como meio avaliador é desafiante, mas muito enriquecedor para os alunos. O fantástico deste trabalho é que se analisarmos ao pormenor os APA'S dos outros colegas vamos aprender imenso, pois ninguém fala de um assunto da mesma forma, não aborda a questão no seu todo, ou seja, recorrendo aos trabalhos desenvolvidos conseguimos aprender tanto e de uma forma tão natural, tão dinâmica, tão lúdica e tão pessoal, que torna este método tão especial!

Quero que esta reflexão reflita em parte tudo aquilo que aprendi em Metodologia de Investigação, que passou de ser uma Unidade Curricular temida a surpreendente, pela positiva. É preciso conhecer para percebermos se gostamos ou não gostamos. Aqui correu bem, gostei!

Ora, esta cadeira foi agrupada em três Módulos, de modo a facilitar a organização da informação. No entanto, neste bloco não quero criar essa divisão, e quero recorrer a um texto mais simples e direto, mesmo que essa informação passe por imagens, gráficos ou tabelas. Comecemos então com um gráfico: 

Este gráfico significa para mim a base da Metodologia de Investigação I, é nela que se concentram todos estes conceitos de forma apropriada e com grande atribuição de significados, considero que estes são os conceitos-mãe, e todos os outros conceitos são os seus filhos. Os outros conceitos são fazem sentido existir porque estes existem. São fulcrais! 

Quando abordamos o conceito Ciências, sabemos que existem várias Ciências, cada uma com as suas características, especificidades, particularidade, critérios e atenuantes, mas todas elas preciosas para a sociedade em que vivemos. Uma dessas Ciências toca-me, particularmente, porque é com ela que me identifico e que traço o meu percurso profissional - as Ciências Sociais e Humanas - é em torno delas que podemos perceber e caminhar para um Mundo melhor, porque vivemos de pessoas, com pessoas, para pessoas. As Ciências Sociais e Humanas não são classificadas como Ciências Exatas, percebe-se e aceita-se, mas não podemos esquecer que são também elas complexas, diversificadas e rigorosas. 

A própria Educação é uma Ciência, ainda que relacionada com as Ciências Sociais e Humanas requerem como em tantas outras exatidão, rigor, objetividade e conhecimento científico. A Educação é uma área bastante investigada em Portugal e no Mundo, pela complexidade que acarreta, pela diversidade de opiniões, pela diferenciação que existe em todos os países, pela sua Natureza!

Quando abordámos o tema dos paradigmas o professor lançou uma pergunta tão simples, mas tão crucial não só na investigação, como também em todos os momentos da nossa vida: "Há apenas um modo de ver?" Na minha opinião não, e há uma abordagem muito clara e simples desta perspetiva, ou seja, até nos momentos mais difíceis da nossa vida nós temos sempre a opção de ver o outro lado, mais lados, tantos lados possíveis que não o mais óbvio. E nessa linha há um pensamento, uma abordagem, uma visão que me fez pensar imenso e reportar o tema sobre os paradigmas para a vida real: o copo meio cheio ou o copo meio vazio. Somos nós que optamos por ver o melhor lado, tal como nos paradigmas. Os investigadores não olham todos da mesma forma, não abordam todos de igual modo, não perspetivam na minha linha, não possuem o mesmo pensamento.

Durante uma investigação os seus autores (investigadores) definem a filosofia que vão adotar, essa filosofia refere-se à perspetiva que utilizam, se científica, se humanista, essa filosofia refere-se também ao paradigma que vão empregar, se qualitativo, se quantitativo, se crítico. E de forma a sintetizá-los recorri à metáfora das árvores: têm um troco enorme, que serve de base, e depois têm os seus troncos, folhas e até frutos que são o seu produto, produto esse que permite especificar de que árvore tratamos. Então: 

Estes paradigmas não têm de ser estanques, ou melhor uma investigação não tem de se basear na sua totalidade num único paradigma e muito menos que levar a sério toda a sua integridade, ou seja, um investigador pode recorrer a características de um paradigma que lhe parecer mais conveniente, estes paradigmas ajudam a traçar um caminho e a definir a natureza da investigação, isso não significa que se limitem à essência de qualquer paradigma, sem que possam recorrer a especificidades de outros. Há que dar margem de perspetiva, sem nunca perder o foco da finalidade da investigação e do seu caráter científico.

Para além disso, uma investigação é feita de métodos, de instrumentos e de recolha de dados, e este processo é também ele feito através de posições, perspetivas e paradigmas, que na verdade vão ao encontro da natureza e objetivos da investigação. Neste processo existem dois grandes blocos: o método qualitativo - que aborda um paradigma hipotético-interpretativo, em que a sua informação é apresentada, maioritariamente, através de texto, imagens, fotografias, vídeos, entre outros veículos de multimédia, assumindo como particularidades: o foco na interpretação, na subjetividade, orientando-se para o processo, sendo esse flexível - e; o método quantitativo, que se rege por um paradigma hipotético-dedutivo, apresentando a sua informação através de tabelas, gráficos, inventários, ou seja, informação representada através de números e dados estatísticos, focando-se na quantificação e na objetividade, procurando apenas resultados exatos, definindo assim um processo de pesquisa altamente rígido. Nestes métodos enquadram-se instrumentos e técnicas de recolha de dados, tais como: 

Estes conceitos podem parecer simples, claros e serenos, sem que causem discórdia, polémica ou discussão. Podem até parecer matéria simples e descomplicada. A minha verdade é que não sinto esses termos com essa simplicidade e clareza, acho que a Investigação e a capacidade de investigarmos o que quer que seja vai-se ganhando, essencialmente, com experiência, maturidade e profissionalismo, claro que as referências bibliográficas e todos os teóricos desta área são essenciais para o sucesso de um bom trabalho, e, consequentemente, para o sucesso de uma boa investigação, mas só conseguiremos alcançar não diria a perfeição, mas, um maior conhecimento científico com o passar dos anos, pois é essa passagem de tempo que nos traz experiência e vivências. Este conhecimento traz-nos sabedoria e tantas aprendizagens.

Investigar, creio eu, é o mesmo que sabedoria, quanto mais sabemos melhor fazemos!  

Personal Learning Environments | Susana Brilhante | 2016
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